Falar de Santa Eugénia, é deixarmo-nos envolver por um
certo transe, deslizando a tinta ao sabor daquilo que nos ocorre no pensamento, é sentirmo-nos num espaço tão ínfimo, mas
tão grande, tão nobre, que todas as palavras que se possam utilizar, é apenas um pouco daquilo que sentimos desta maravilhosa
terra.
Freguesia com profundas raízes históricas, materializadas
no belíssimo património cultural e na memória colectiva das suas gentes.
São
múltiplas as potencialidade turísticas: a beleza natural das suas serras, as aprazíveis paisagens, o rio «Tinhela», a gastronomia
e o património arqueológico, construído, etnográfico e artístico, constituem a identidade natural e cultural desta belíssima
aldeia.
Orgulhamo-nos pois de expor e tornar acessível a todos,
através desta nova forma de comunicar, os traços gerais que caracterizam esta terra «Transmontana». Quem nos visita pela primeira
vez, dificilmente escapa ao desejo de visitar novamente este lugar deslumbrante.
Romanização
F oi por volta do século III a.C.
que o fenómeno da romanização se fez sentir no ocidente peninsular, atraídos pelas riquezas
naturais. O actual território nacional foi ocupado depois de sangrentas
lutas travadas com os povos indígenas (tribos celtas pertencentes à grande família dos lusitanos).
Permanência Romana
A
permanência
romana não foi inócua nem desguarnecida de sentido de oportunidade. Assim, por questões militares (defesa) e económicas, organizavam
política e administrativamente todo o espaço físico conquistado e sob o seu domínio, por forma a haver um melhor controlo
do território ocupado. Contudo a consolidação das políticas colonizadoras passavam também pela estratégia de criação de infra-estruturas
que assegurassem toda a operacionalidade de circulação de mercadorias, pessoas, exércitos, ideias, etc..
Vestígios
A
sua presença deixou, embora de modo desigual, marcas materiais
bem visíveis em todo o país . É neste campo que a freguesia de Santa Eugénia mostra vestígios de uma ocupação peculiar .
Autor
: José Nogueira dos Reis
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Património Arqueológico
Santa Eugénia, conserva um vasto conjunto de monumentos e sítios arqueológicos autênticos que preservam e
perpetuam a memória ancestral de outras ocupações humanas com estádios de desenvolvimento
cultural, social, económico e religiosos muito próprios dessas civilização em épocas distintas, em que o legado cultural por
elas deixado, que o tempo e a modernidade não conseguiu apagar, faz a história
da freguesia nos tempos mais longínquos, desde a Pré-história à Idade Média.
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Terra de beleza, terra de vaidade/Aldeia pequenina onde reina a mocidade. Neste encontro de duas «regiões» naturais,
acontece o abraço «Actico».
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Zona agrícola por excelência
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Um Pouco de «História acerca de Santa Eugénia e alguma «Lenda».
Bato Por Ti |
A Origem da Povoação
A ocupação humana do território onde hoje é o lugar de Santa Eugénia, remonta aos tempos da mais longínqua
pré-história, conforme o mostram inúmeros achados arqueológicos nas redondezas, que nos dão o testemunho de indústrias
líticas (paleolíticas e neolíticas) implantadas na região.
Um dos centros arqueológicos da Freguesia, onde existem : uma fonte Romana,«Fonte de Mergulho», a «Laje do
Concelho», a «Igreja matriz», um «Cruzeiro», um «Chafariz» e«Casas Brasonadas», é o centro da aldeia.
Achados e Outros
Várias são as moedas romanas achadas em diversos locais das redondezas pertencentes actualmente ao concelho Alijó, encontraram-se
algumas com legendas tais como "NERVS CLAVDIVS AVGVSTVS" ou ainda "VESPASIANVS AVGVSTVS", ambas referências a nomes de imperadores
romanos do séc. I.
Outro centro arqueológico são as Grutas Rupestres, na freguesia de Carlão, limítrofe de Santa Eugénia..
A «Anta da Fonte Coberta», no lugar da Chã, a cerca de sete Km(7Km) daqui.
Uma «Via Romana», a oito/nove Km (8/9 Km), e outra a doze/trezeKm (12/13Km).
Em duas saídas de Santa Eugénia, uma em direcção a Alijó - Val de Maior - , onde existia uma via Romana e outra em direcção
a Murça - Rio Tinhela - onde ainda se encontra em bom estado de conservação uma Calçada Romana, julgo terem existido até há
vinte e cinco anos (25), anos oitenta (80), duas "Calçadas Romanas", a saber:
"Calçada do Rapalobos e Calçada do Curisco".
A fundação da povoação de Santa Eugénia, é atribuída aos Suevos, a fazer Fé na origem do seu culto, é muito provável
que tenha existido qualquer fortificação romana, a julgar pela abundância de vestígios nas imediações
Em relação ao topónimo "Santa Eugénia", existem lendas e mitos, mas, sabe-se cientificamente que é de origem Grega.
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Interesse dedicação e Estudo
Pela inegável importância cultural, turística e didáctica de tal património a Junta de Freguesia, nomeadamente sobre
a orientação de José Nogueira dos Reis, vem desde Janeiro de 2002 a implementar uma série de acções no âmbito do estudo/investigação,
da recuperação/restauro, da preservação e, finalmente, da divulgação e dinamização das estações e monumentos arqueológicos,
tudo para o garante da memória histórica do passado que consubstancia a identidade cultural do povo no presente e, por conseguinte, no futuro.
Agradecimento
Agradeço a Deus, a meus pais, a toda a população de Santa Eugénia,
a mim próprio e a meus filhos, tudo o que sou, fui e serei.
Não posso deixar de aqui fazer referência a um verso que escutei
numa desgarrada ao «desafio» - O meu avô foi a semente e a minha avó foi a terra.
Historial
Historial de Santa Eugénia:
1- Historial : Santa Eugénia, situa-se a cerca de 15km. de uma das
saídas da I.P.4-Pópulo.
Tem a área Aproximada de: 779 ha
As Freguesias limítrofes são: A Norte - Pegarinhos; A Sul - Carlão;
A Este - Candedo(esta do concelho de Murça); A Oeste - Casas da Serra (lugar da freguesia de Carlão)
Orago:
Santa Eugénia
Topónimo: Eugénia, de origem grega, significa Bem Vinda, Bem Aparecida,
de Boa Linhagem
Os Primeiros Povos remontam ao período Megalítico; Comprova-o o
facto de nas redondezas existirem ainda Pinturas Rupestres, Dolmens e Antas; aqui segundo se conta uma pintura Rupestre foi
destruída aquando da busca de Volfrâmio (contou-mo variadissímas vezes, Francisco Henrique, Francisco Henrique Novo e Artur
Coelho dos Reis. Prova-o também o seu culto de origem sueva.Da época Romana existe, em pleno estado de conservação, uma «Fonte
de Mergulho», aqui denominada «Fonte de Baixo».
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Marca de tempos remotos, estão, bem patentes, na «Laje
do Concelho»
Laje do Concelho
Concelho - substantivo masculino.
Significa : Circunscrição administrativa;
Subdivisão de Distrito;
Município.
Latim conciliu.
Significa Assembleia.
É precisamente da acepção Latina, que esta «Laje do Concelho», herdou
o nome. Era o local onde os «vizinhos»(antigo nome dado aos habitantes bons), se reuniam em assembleia, quer para eleger os
seus dignos representantes junto de entidades hierarquicamente superiores(exemplo: Nos órgãos concelhios), quer para resolver
problemas respeitantes a si próprios e/ou à localidade. Servia também de «Tribunal Moral», isto é:
Ali eram publicamente denunciados os maus actos e seus praticantes.
O malfeitor, ou se emendava, ou era simplesmente arredado do mais simples convívio com os vizinhos.
Por sorte do destino, tinha esta «Laje do Concelho» uma outra função.
Era precisamente o local de marcação limite, da altitude máxima permitida pelo Marquês de Pombal, para autorização de «benefício».
Esta mesma «Laje do Concelho», situa-se precisamente no inicio
da rua Marquês de Pombal. Coincidência ou propósito desta estranha relação, entre a «Laje do Concelho»(um pouco abaixo dos
500 metros de altitude) e a rua «Marquês» de Pombal - autor da marcação da mais antiga região demarcada - , com toda
a modéstia, não o sei. Acho apenas uma coincidência demasiado coincidente.
Vou, para um melhor entendimento deste sítio, fazer uma retrospectiva
histórica, de uma forma sucinta;
Pelouro D.João I, por carta Régia de 13 de Junho de 1391, descreve
as grandes tropelias que as eleições para os concelhos provocavam Grandes Sayoarias e rogos, através das quais só se criavam
grandes ódios entre os «vizinhos».
Na dita carta Régia determinava-se o 1º recenseamento eleitoral
que Portugal teve. Nele se mandava que os oficiais do governo fizessem «róis».(...) o nome era escrito num papel separado
e metido numa bola de cera, chamada pelouro daí o nome dos actuais pelouros das vareações eram estes, por sua vez, metidos
numas caixas a que hoje damos o nome de urnas e então se chamavam «capelos».
Mas as queixas de fraudes eleitorais continuaram, pois, tem-se conhecimento
de que esse problema foi posto também nas cortes de Évora de 1451.Outras dificuldades atravessou o processo de eleição dos
«edis», e não menor foi a de em certos concelhos haver tantos indivíduos com privilégios religiosos ou dados pelo rei, que
por eles se esquivavam os cargos para que eram eleitos. Estou absolutamente convencido, de que estas fraudes e problemas,
sempre se mantiveram, mas, também, a necessidade dos «vizinhos» de beneficiar de um executivo local, que compreende os problemas
da terra e dos homens do respectivo concelho.
Então, os caciques, ontem como hoje, procuram eternizar-se no poder.
Uma das formas mais antigas de o fazer, era e é, amedrontar os mais necessitados. Para tal, é absolutamente necessário, exercer
algum modo de pressão e/ou controle. A fórmula aqui encontrada (e não só aqui), era dar-lhe uma aparência «séria», fazendo
eleições para escolha «livre ?», pelo menos na aparência, mas de dedo no ar!!!. Porque assim, as pessoas de condição social
inferior, com medo de represálias futuras, elegiam quem os
mais privilegiados queriam. Essas eleições, eram realizadas na LAjE DO CONCELHO .
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