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INTRODUÇÃO
EMIGRAÇÃO |
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Resenha
Histórica
A história de Portugal não se faz só de emigrantes, mas
também de imigrantes. Frequentemente vieram, a pedido do Estado para aqui desenvolverem actividades inovadoras que o
país carecia, outras para suprirem a mão-de-obra que nele escasseava.
No período dos descobrimentos (séculos XV-XVI), Lisboa
fervilhava de estrangeiros. Algo semelhante ocorreu no século XVIII. Na primeira metade dos século XX, em dois momentos o
país recebeu milhares de estrangeiros, tendo muitos aqui fixado residencial definitiva (ex.Calouste Gulbenkian) ou apenas
temporária (ex.Ortega y Gasset). O primeiro foi nos anos trinta, durante a Guerra Civil de Espanha(1936-1939), e o segundo
durante a 2ª. Guerra Mundial (1939-1945).
Durante a década de 50 o número de estrangeiros residentes,
manteve-se estável, oscilando à volta dos 25.000 indivíduos. Na sua maioria residiam no país há muito tempo, ligados a importantes
actividades como o comércio do vinho do porto, exploração mineira, etc.
Em 1960, a maioria dos cerca de 30 mil estrangeiros
eram europeus (67%) e brasileiros (22%).Entre os primeiros destacavam-se os espanhóis (40%).
A abertura em relação ao exterior (1959), e o desenvolvimento
económico a partir dos anos 60, traduzem-se num aumento dos imigrantes profissionais, nomeadamente alemães e ingleses.
No princípio da década de 70, devido à escassez de mão-de-obra,
o Estado fomenta a emigração de trabalhadores cabo verdianos e de outras colónias africanas. Após o 25 de Abril de 1974, com
a independência das colónias dá-se um brusco aumento da imigração das mesmas, acentuada pelos conflitos militares que nelas
continuam a ocorrer.
Processa-se então uma alteração significativa na percentagem
e composição da imigração. A cota da população estrangeira passa de 0,33% em 1960 (29.429 indivíduos) para 1,10% em
1981 (108.526). O maior aumento ficou a dever-se à imigração de origem africana. Em 1960 constituía 1,5% dos estrangeiros,
mas em 1981 atingia já os 44%.
A entrada de Portugal na CEE. em 1 de Janeiro de 1986,
provocou um natural aumento do número de estrangeiros ligados a actividades económicas, mas estimula também a vinda de um
número crescente de imigrantes, não apenas dos países lusófonos, mas também de outros europeus e norte-americanos (EUA, Canadá,
etc).
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No
final de Abril de 2002, estavam registados em Portugal 389 mil imigrantes, dos quais 91 mil oriundos dos países do Leste
europeu. Calcula-se que o número de imigrantes ilegais seja superior a 100 mil, na sua maior parte cidadãos da Moldávia, Ucrânia,
Rússia e Roménia, mas também de países de expressão oficial portuguesa |
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José Nogueira dos Reis
Acerca do Historial de Santa Eugénia
Sobre o historial de Stª Eugénia, preocupo-me
em nunca perder de vista os princípios programáticos como horizonte de referência. Daí que o texto elaborado se procure aproximar,
quanto possível, dos referidos princípios, o que não supõe, necessariamente uma submissão .
Há no programa que a mim próprio propus, pressupostos
implícitos e explícitos dos quais destaco os seguintes:
1-
O reconhecimento da importância da origem da povoação na sua história actual;
2-
O reconhecimento da minha preocupação primordial pelo viver da pessoa humana;
3-
O reconhecimento da importância daquilo a que costumo chamar de ciências auxiliares da história, no desenvolvimento
da pessoa humana;
4-
A minha proposta de uma abordagem hermenêutica, interpretativa, que julgo facilitará, facultará,
o recurso a um significado oculto traduzível noutra linguagem, melhor, noutra ou noutras interpretações, buscas, melhoramentos,
novas descobertas, etc.
A interpretação , é precisamente, uma
busca de significado e distingue-se do conceito de explicação que é, nas ciências a procura de causas. Ler uma obra, é Tomá-la
como um acontecimento significativo. Fazê-la emergir na sua verdadeira natureza e integridade. A tarefa hermenêutica, consiste
na clarificação da obra, através do desenrolar interno do seu significado e na relação de cada uma das partes entre si, como
um todo e, mais amplamente, com o espírito da época.
Daí, a necessidade de compreender a obra
na sua relação com a visão do antes e com a visão total da época. É nesta dinâmica que consiste o circulo hermenêutico. Neste
meu modesto trabalho procurei fazer um pouco disso tudo ao mesmo tempo, isto é: Ao mesmo tempo que consultava e lia obras
de vários autores, tentando aplicar-lhe o atrás descrito, fazia, escrevia praticamente em simultâneo, esta pequena obra,
tentando fornecer ao leitor, não só o contexto épocal, mas também, quanto possível, uma visão panorâmica da totalidade do
meu pensar, em relação à origem, desenrolar e actualidade, da nossa mui nobre e querida «parvónia».
Que Santa Barbara me guie nessa tarefa
e guarde todos os Santa-Eugenenses de nascimento e ou opção. Pois, o que hoje somos, é fruto de uma «miscelânea»
de povos e culturas que muito nos enriqueceu. É, provavelmente por isso, que nós somos como o mel; somos uma especiaria elaborada
a partir de uma infinidade de pólenes , sabores e plantas.
Julgo também, ser oportuno referir, porque
se me afigura legitimo, que a leitura das obras, sua interpretação e comentários, só são viáveis «se o aluno for instruído
nos processos, problemas e doutrinas históricas, psicológicas e até filosóficas, que alimentam o discurso do autor. Pretendo
referir com isto, que a precariedade do meu saber leva-me muitas vezes a lacunas e ou vazios, impeditivos para mim, de vos
apresentar um trabalho que, senão mais profícuo, com certeza, mais científico. Peço por isso humildemente desculpa.
Para além da eventual resistência que
um texto de história, mais ou menos difícil, pode criar no leitor (resistência que em mim é infinitamente alargada),
há que ter em conta que no caso particular da história de Stª Eugénia, os textos (escritos ou falados) que na maior parte
das vezes encontramos, achamos, encontram-se repletos de interpretações em que a mistura do cientifico se encontra envolvida
num emaranhado de interpretações, dizeres, alusões, «à-partes», lendas e mitos, em que o que os separa é tão ténue, que ainda
dificulta grandemente essa original problemática.
Nesta óptica, abordei o historial de Santa
Eugénia, como pressuposto fundamental para a compreensão do essencial ao longo dos tempos. É minha convicção que este
não é o horizonte final, o que implica a exigência de uma abordagem da nossa história, que englobe campos como: arqueologia,
gastronomia, folclore, antropologia e outros, para os quais, não estou particularmente preparado, informado, e, muito menos,
certificado.
Considerando ao menos que eu tenha conhecimento
que, pela primeira vez, há a preocupação de elaborar, numa visão - mais ou menos de totalidade a história de Santa Eugénia,
foi apenas e só, minha preocupação contribuir para que outros dispusessem de um ponto de partida quiçá mais capazes para um
trabalho mais completo e meritório, aguçando-lhe ao mesmo tempo, o apetite para o devorar e ou ultrapassar. Pois, não obstante
o meu empenhamento na elaboração deste trabalho, tenho a convicção profunda, de que ele é susceptível de melhoramento e, consequentemente
competirá a outros mais capazes, formados, por exemplo em história e ou sociologia e outros destinatários, com capacidade
para tal, proporem criticas fundamentadas e sugestões no sentido de novas e diferentes abordagens, novas propostas de trabalho
e novos horizontes de análise. Mais satisfeito ficaria ainda, se fossem até um pouco mais longe que o atrás referido, elaborando
uma nova obra de raiz. Estarei ao dispor, para fornecer o pouco conhecimento que adquiri, na feitura deste.
Até lá, com a graça do senhor, um muito
obrigado a todos, do sempre ao vosso dispor
José Nogueira dos Reis.
Viva Santa Eugénia
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Santa Eugénia
encontra-se a catorze (14) quilómetros da sede de concelho para nordeste e a um e meio (1.5) do rio Tinhela. Localiza-se
no sopé do monte de Santa Bárbara, numa zona de transição do Douro para a região de Trás-os-Montes e no limite da Região Demarcada
do Alto Douro, segundo os limites fixados pelo Marquês de Pombal em meados do século XIX. Na época medieval,
esta freguesia já era referida na documentação portuguesa. Assim aconteceu desde o século XII, e parece que a freguesia terá
mesmo constituído uma paróquia de origem sueva ao longo do século VI. Uma época que representou o lançamento das primeiras
sementes do cristianismo. Segundo
a lenda, o nome desta freguesia derivou da aparição de Nossa Senhora, em tempos muito remotos, no monte que hoje tem o nome
de "Cabeço de Santa barbara. Certo dia, nasceu neste lugar uma menina muito linda, a que os pais chamaram Eugénia. Esta quis
dar o seu coração a Cristo, não se casando, contra a vontade do pai. Fugiu e quase morreu, assassinada por ele. No momento
em que a execução se consumava, apareceu-lhe Nossa Senhora, que a salvou da morte eminente. A população, reconhecida, deu
o nome de Santa Eugénia àquela terra. No
foral atribuído a Alijó em 1226, por D. Sancho II, Santa Eugénia é uma das freguesias integradas no seu termo. Neste foral,
faziam parte do concelho de Alijó as seguintes povoações:
Alijó,
granja, Presandães, Chã, Valdemir; Santa Eugénia, Casas da Serra, Carlão, Franzilhal, Safres, Castedo e Cotas. Valdemir e
Santa Eugénia, passariam posteriormente para o concelho de Murça, pois nas Inquisições de D.Afonso III, em 1258, se averigou
«quod homines de Mussa filiavernt tantam heriditatem de Ligoo quod fecerunt ibi unam que vocatur Sancta Ougeja...». D. Afonso
III, ao confirmar, em 1269, com novo foral, o anterior passado no reinado de seu irmão, ainda inclui a aldeia de Santa Eugénia,
mas condicionalmente - «Do et concedo insuper vobis cum isa villa de Aligoo aldeyam de Prazenães et aldeyam de Sancta Ogenia
(...) si eas vincere per directum poteritis». A verdade é que no recenseamento de 1530, ordenado por D. João III, já Santa
Eugénia aparece no Concelho de Murça com oito (8) famílias. E só regressaria à posse de Alijó com a reforma administrativa
de 1853 que lhe deu a área actual .
Da
paróquia de Murça emancipam-se eclesiasticamente Pópulo (com os lugares de Caldebois, Estrada e Vale de Cunho), Pegarinhos
( com Castorigo e Valdemir) e Santa Eugénia, de todas uma das mais antigas.
Civilmente
foram integradas no Concelho de Alijó com a referida reforma administrativa de 1853 (?)
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Portugal
Nome oficial - República Portuguesa
Fundação da Nacionalidade - 1143
Instauração da República - 1910
Sistema Político - democracia
Símbolos Nacionais - Bandeira Nacional e Hino Nacional
Língua
- português (existem também duas pequenas áreas onde se falam mirandês, derivado do asturo-leonês, e barranquenho). O português
é ainda língua oficial noutros sete países e é falado por mais de 200 milhões de pessoas
Sistema constitucional - Presidente da República (eleito por sufrágio universal cada cinco anos), Assembleia da República (eleita por sufrágio
universal cada quatro anos), Governo (constituído com base na eleição para a Assembleia da República), Tribunais (Tribunal
Constitucional, Supremo Tribunal de Justiça, tribunais superiores especializados [Administrativo e de Contas], tribunais de
segunda instância e tribunais de primeira instância)
Partidos políticos representados no parlamento - Partido Socialista, Partido Social Democrata, Partido Comunista Português, Partido Popular, Bloco
de Esquerda, Partido Ecologista Os Verdes
Divisão territorial - duas Regiões Autónomas (Açores e Madeira) e 18 distritos no Continente
Capital
- Lisboa
Área
- 92 152 km2
População
-10 536 milhares (2004)
População activa - 5 523 milhares (2004)
Densidade populacional por km2 - 114 (2004)
Religião maioritária - Católica Romana
Moeda
- Euro (dividido em 100 cêntimos)
Produto Interno Bruto - 135 035 milhões Eur (2004)
Produto Interno Bruto per capita - 12 817 Eur (2004)
Clima
(temperaturas médias) Costa e Arquipélagos - Inverno: 12º; Verão: 21º Interior e zonas montanhosas: Inverno: 5º; Verão:
25º
História
A história do Estado Português começa com a assumpção
do título de Rei por D. Afonso Henriques, conde de Portucale, em 1143. Esta ruptura política com o Reino de Leão é provocada
por uma aliança entre os grandes senhores a sul do Rio Minho, com o apoio de algumas ordens religiosas e militares. Os seus
grandes centros são Braga (a mais antiga capital dos reinos pós-romanos e que disputava a primazia cristã das Espanhas com
Santiago de Compostela), o Porto e Coimbra.
As primeiras escolhas que se colocam ao reino
são entre a expansão para Norte (a Galiza, com quem o irmana a cultura e a religião), e para Sul (com quem também o irmana
a cultura, mas, na época, dominado pelos muçulmanos). A escolha, ditada pela força de Leão, acaba por ser o Sul, conquistando
o primeiro Rei quase todo o Alentejo.
A expansão para Sul, com avanços e recuos geográficos,
alianças e guerras com os Estados muçulmanos do Alentejo e Algarve, continuará a ser uma constante até meados do século XIII.
As fronteiras actuais de Portugal Continental datam dessa época, sendo as mais antigas da Europa.
Os conflitos com Leão (impedindo as tentativas
de expansão para Leste) e com Castela (quando este Reino absorveu o de Leão) prosseguiram, interferindo os três (e depois
dois) Estados nas políticas internas uns dos outros.
Ao mesmo tempo criam-se alianças (através de
casamentos reais) com os outros Estados peninsulares (que não Leão) e com países da Europa do Norte e reforça-se o poder da
monarquia através da aliança com os burgueses dos concelhos, evitando assim a feudalização do País. O rei passa a governar
com as cortes, onde estão representados os Três Estados (Clero, Nobreza e Povo).
A conquista dos territórios do Sul faz-se através
da integração das populações de religião Islâmica e Judaica (para além das populações cristãs que se mantinham sob domínio
muçulmano).
Ao mesmo tempo, Portugal desenvolve-se economicamente,
estabelecendo relações comerciais (exportando produtos mediterrânicos e marítimos) com a Europa do Norte e com o Magrebe.
No século XIV começam a brilhar as primeiras
luzes da Idade de Ouro de Portugal. A sua língua separa-se do galaico-português, a sua corte ganha brilho intelectual de dimensão
europeia, funda-se a universidade.
Portugal continua a interferir militar e politicamente
nos assuntos da Península, sustentando guerras com o seu vizinho castelhano, mas lutando também, em casos específicos, ao
seu lado contra o inimigo religioso comum (o Califado de Córdova e, posteriormente, o Reino de Granada).
A afirmação marítima do País, que já tinha tradição
de navegação anterior à fundação do Estado, inicia-se então, com as primeiras viagens marítimas às Canárias, datando dessa
época a rivalidade comercial entre Lisboa e Sevilha.
O episódio de Inês de Castro, que foi cantado
por toda a Europa durante o século seguinte ocorreu em meados do século XIV.
No final do século, Portugal foi afectado pela
crise social que percorreu toda a Europa, conjugada com uma crise política interna relacionada com a que ocorria em Castela
e na qual Portugal interferiu fortemente, tal como Castela na portuguesa.
A crise terminou com a vitória de um novo rei,
com o reforço dos poderes dos concelhos e a aliança entre Portugal e a Inglaterra (a mais antiga aliança estável da Europa),
através da qual ambos os países reforçaram os seus laços comerciais e políticos e se prestaram mutuamente apoio militar (os
ingleses enviando corpos de arqueiros e os portugueses enviando navios).
No século XV, resolvida a crise e estabilizado
o País, Portugal lança-se na expansão para Sul e para Oeste através do oceano. É descoberto oficialmente o arquipélago da
Madeira e, depois, o dos Açores, a um terço do caminho entre a Europa e a (futura) América. São conquistadas cidades no actual
Marrocos.
Ao longo de todo o século a expansão marítima
continua e ganha uma importância económica, política, intelectual e espiritual cada vez maior.
As viagens sistemáticas pela orla do continente
africano (mas obrigando a viagens em mar alto no regresso, devido ao regime de ventos) descobrem para a Europa um novo mundo,
apenas conhecido pelas memórias dos romanos (havia mil anos atrás) e pelos contactos com os povos do Norte de África.
Portugal estabelece feitorias comerciais e relações
políticas com os Estados que encontra, mantendo com as zonas onde estes não existem contactos mais esporádicos. O Continente
passa então a funcionar como grande placa giratória do comércio internacional entre a África e a Europa.
Navegadores portugueses exploram sistematicamente
toda a costa atlântica de África e também a sua costa índica, alcançando a almejada Índia por mar antes do dobrar do século.
Ao
mesmo tempo, lançam-se em arrojadas, mas bem planeadas, expedições de exploração do Atlântico Norte e Sul, descobrindo provavelmente
várias zonas da América do Norte e do Sul.
Na Europa, pela acção de Portugal, abrem-se novos
campos a vários tipos de conhecimento.
No início do Século XVI, Portugal domina os oceanos
Atlântico e Índico, alcançando também o Pacífico Norte. As frotas portuguesas impõem a lei no Índico, disputando a primazia,
primeiro, e vencendo, depois, as frotas turcas.
Lisboa torna-se então o maior empório comercial
do mundo, e o modo de vida de Portugal baseia-se no comércio pela primeira vez global.
Apesar do seu poder naval, Portugal não tem força
suficiente para sequer pensar em aventurar-se no domínio da América do Norte, limitando-se a expandir-se pelo Brasil (conhecido
desde o século anterior, mas só descoberto oficialmente em 1500) de forma a proteger as suas rotas para o Índico.
A ciência produzida em Portugal dita então leis
na Europa e é através dos portugueses que esta conhece (para além da fábula) a Etiópia, a Índia, a Indochina, a China, o Tibete,
as ilhas da futura Indonésia e o Japão.
Dois factos vêm então marcar o começo da decadência
deste império (que, mesmo assim, durará de 1415 a 1975), baseado no domínio tecnológico da navegação
e da guerra naval e em pequenos pontos de apoio em terra: a importação da Inquisição e uma crise dinástica que se sucede a
uma derrota militar no Norte de África, onde se tentava talhar um reino que compensasse o crescente poder da Espanha.
O chefe de Estado português passa a ser Filipe
II de Espanha e Portugal vê-se envolvido nas guerras contra a Inglaterra e os Países Baixos, naquela que foi, de facto, a
primeira guerra mundial, com operações militares na Oceânia, no Índico, na América e na Europa.
Portugal perde então o domínio de imensos portos
e rotas no que viria a ser mais tarde a Indonésia e mares adjacentes (algumas dessas comunidades mantêm ainda hoje traços
claros da presença portuguesa), mas consegue derrotar as pretensões holandesas em África e na América do Sul.
Em 1640, Portugal recupera a sua independência
da coroa de Espanha (numa revolta contra o que começara por ser apenas uma união dinástica e acabara sendo uma ocupação estrangeira),
mantendo uma longa luta militar e diplomática para a garantir e para limitar as perdas do seu império.
No início do século XVIII, o império marítimo do Índico, a braços
com a expansão holandesa e inglesa e com a falta de poderio (desviado para a defesa do Continente e do Atlântico), soçobra
lentamente, iniciando-se então o ciclo atlântico, centrado na expansão na América do Sul e na criação do Brasil e nos arranjos
com os ingleses, adversários comerciais no resto do Mundo e aliados políticos na Europa, de um modo de convivência no Atlântico.
Apesar de tudo, Portugal continua a ser uma das
seis grandes potências europeias e uma das quatro grandes potências mundiais.
Portugal já não dita leis no campo intelectual,
científico e tecnológico, mas mantém-se a par da restante Europa.
As intervenções na Europa destinam-se exclusivamente
a garantir que a Espanha não adquira o poder suficiente para voltar a realizar a sua ambição de dominar Portugal.
Ao contrário do que fizera precedentemente (no
Índico, onde dominou uma estratégia de domínio de portos comerciais e militares importantes e a miscigenação racial), no Brasil,
em parte devido à escassez de população, Portugal empreendeu uma política de emigração populacional e de ocupação territorial
sistemática.
Ao mesmo tempo, faz-se um esforço de desenvolvimento
económico e de reforma das estruturas administrativas, que encontra alguma resistência política, que fará essas reformas gorarem-se
no último quartel do século. Contudo, na área do conhecimento, Portugal continua, já não a produzir, mas a importar o que
de melhor se faz na Europa.
O esforço de desenvolvimento económico é limitado
pela dimensão do País e pelos acordos comerciais com a Inglaterra, onde a revolução industrial já segue a pleno vapor.
Uma nova guerra europeia, derivada da revolução
francesa do final do século XVIII, virá, simultaneamente, perturbar o crescimento económico e provocar a reforma política.
Devido às guerras napoleónicas, Portugal passará,
por alguns anos, a ser o único Estado europeu a ter o seu Chefe de Estado fora da Europa, o que contribuirá decisivamente
para a independência do Brasil, no primeiro quartel do século XIX.
Tendo sido um dos primeiros Estados de regime
absolutista, mesmo «avant la lettre», Portugal só mudará para um regime constitucional no segundo quartel do século.
Este atraso, conjugado com a destruição económica
provocada pelas guerras napoleónicas e a perda do Brasil, provocará um longo período de instabilidade política e de decadência
económica.
Apesar de possuir extensos territórios em África,
Portugal não dispõe de meios para os povoar e para defender militarmente a sua presença, num contexto em que as grandes potências
(que Portugal já não é) se lançam numa política de ocupação efectiva deste continente. Ao mesmo tempo, Portugal, com excepção
do Brasil, não tem uma visão de ocupação territorial (que lhe será imposta pelas circunstâncias em África), mas sim de estabelecimento
de entrepostos comerciais.
Será, no entanto, forçado, para não perder a
única coisa que lhe dá estatuto mundial, a proceder à colonização dos territórios de Angola e Moçambique através da ocupação
militar.
O sonho de um novo Brasil (desta vez em África
e de costa a costa, ligando Angola e Moçambique através de territórios regularmente atravessados, mas nunca ocupados) é impedido
pelas ambições imperiais inglesas, criando o fermento para uma nova mudança de regime político.
O crescimento económico continuou, mas de forma
lenta, com Portugal a atrasar-se em relação à Europa, devido à falta de reformas nos campos relacionados com o conhecimento.
No início do século XX, Portugal muda de regime
político instaurando uma República.
Resultado da crise financeira que varreu a Europa
após a I Guerra Mundial e da instabilidade política, o regime parlamentar (I República) foi derrubado em 1926 por uma ditadura
militar.
Em 1933, este regime deu então origem ao Estado
Novo, a ditadura que governou Portugal até 1974.
Portugal procurou preservar a sua herança colonial
contrariando a tendência dos tempos, mantendo uma longa guerra em três frentes que impediu o desenvolvimento económico, intelectual
e científico.
O fim da mais longa ditadura da história da Europa
Ocidental chegou em 25 de Abril de 1974, quando o Movimento das Forças Armadas, reinstaurou o regime democrático.
Um ano depois, foi eleita, pela primeira vez
por sufrágio universal, uma assembleia constituinte, elaborada uma constituição e, mais outro ano passado, eleita a Assembleia
da República (parlamento) e um governo constitucional.
Após alguns anos de instabilidade política, o
regime, no começo dos anos 80, evoluiu para a democracia plena em que hoje os portugueses vivem. Com a democracia veio o desenvolvimento
económico, o florescimento cultural e científico e, cada vez mais, a afirmação no campo das novas tecnologias.
Fechado o ciclo do império (com a descolonização
em meados da década de 70), Portugal aderiu à actual União Europeia, mas sem deixar de procurar manter uma ligação estreita
quer aos outros sete países que falam português (o que levou à criação da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa), quer
às comunidades portuguesas e descendentes de portugueses espalhadas por todo o mundo.
No presente, Portugal é um país constituído por
três espaços territoriais (as Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, no Atlântico, e o Continente, na orla atlântica da
Europa).
É hoje um país estável social e politicamente,
economicamente próspero, humanamente desenvolvido e que se afirma cada vez mais pela sua atitude e capacidade de diálogo e
de entendimento da diferença e pela sua cultura e modo de vida, resultado de séculos de estreita convivência com modos de
vida diferentes, a partir do momento em que, pela sua acção, nasceu o mundo moderno.
O POVO PORTUGUÊS
Há cerca de oito séculos, numa Península Ibérica,
indiscutível unidade geofísica, habitada por homens voluntariosos e aguerridos, formou-se, consolidou-se e tornou-se independente,
lutando com grandes dificuldades, mas tudo vencendo com determinação e tenacidade, um Povo de características muito diferenciadas
e bem definidas.
Foi o Povo Português.
A BASE DO CONJUNTO PORTUGUÊS
Mais tarde, decorridos três séculos, nos quais
se confirmou a nacionalidade, esse Povo, insatisfeito no seu limitado espaço territorial e na ânsia de grandeza, desinteressou-se
um pouco cautelarmente da Europa e lançou-se, através dos mares, na descoberta do Mundo, em aventura consciente e ponderada,
afrontando obstáculos imensos que ultrapassou com as mesmas determinação e tenacidade.
Lançou-se na descoberta do Mundo e descobriu-o.
Desde então, adquiriu o conceito do universalismo e do uno, e entendeu e praticou, cada vez com maior convicção, um princípio
que Cristo abençoaria. O princípio da aproximação entre os homens; do bom relacionamento entre etnias mais e menos, muito
e pouco, desenvolvidas, até à miscigenação; da missionação católica, sem prejuízo da coexistência de outras religiões e crenças;
e da conciliação de culturas e tradições, e mesmo da sua fusão.
Foi a base da textura étnico-social do Conjunto
Português.
A PLENITUDE DO CONJUNTO PORTUGUÊS
A meio do século XX e já bastante depois da criação,
para o Mundo, de um Brasil enorme e indiviso, multirracial e moderno, o Conjunto Português estabilizara nessa maravilhosa
textura étnico-social de autenticidade sempre crescente, cuja base se citou, e numa grandiosa estrutura pluricontinental,
compreendendo a Metrópole Portuguesa, na Europa, as Províncias Ultramarinas Portuguesas de Cabo Verde, Guiné, S. Tomé e
Princípe, Angola e Moçambique, em África, o Estado Português da Índia e as Províncias Ultramarinas Portuguesas de Macau e
Timor, na Ásia. Este Conjunto integrava mais de vinte e cinco milhões de portugueses e abrangia mais de dois milhões de
quilómetros quadrados. Isto, sem contar com os quase quatro milhões de emigrantes portugueses que, em numerosas regiões do
Mundo, se mantinham e expandiam a maneira portuguesa de ser e de viver.
E, para além das referidas textura étnico-social
e estrutura pluricontinental, estava, então, iminente o milagre económico, repete-se, estava iminente o milagre económico
no Conjunto Português. Milagre com base na economia metropolitana, não muito acentuada, mas factual, sólida, crescente
e promissora - crescimento anual de mais de 7%. E já produtora de uma moeda - o escudo - sadia e forte, invejada e desejada
em todas as praças financeiras, e já produtora de reservas em ouro e em divisas como nunca as haviamos tido nem viriamos,
depois, a ter. Mas milagre com base, também e talvez principalmente, no desenvolvimento espectacular das duas grandes Províncias
de Angola e Moçambique, cujas riquezas imensas estavam en fase de adiantado arranque de exploração ou já mesmo em plena exploração
- crescimento anual de mais de 9%.
Nas pequenas Províncias, o esforço orientara-se
noutros sentidos. Por exemplo, em Cabo Verde não havia analfabetos, na Guiné tinham sido irradicadas
as doenças de carácter endémico e em Timor, rodeado de muçulmanos, cerca de 80% da população abraçara o catolicismo.
Também, no Conjunto Português, se situavam posições
geo-estratégicas de excepção, quer em termos nacionais quer internacionalmente. Posições sobre e nos Atlânticos Norte
e Sul e sobre o Índico.
Ainda, em Portugal, vigorava um regime autoritário,
mas cujo autoritarismo era uma necessidade harmónica com os estados de guerra que sucessivamente, e por responsabilidade
de outros, se viviam e se viveram - Guerra de Espanha, 2ª Grande Guerra, preliminares da Guerra Ultramarina de 1961/1974
e esta Guerra Ultramarina de 1961/1974. Porém e mesmo assim, esse autoritarismo era limitado e condicionado pelo Direito
e pela Moral Cristã. O regima conferia, deste modo, a Portugal, ao Conjunto Português, a qualidade de Estado de Direito
e, consideradas certas especificidades étnicas, religiosas e culturais, a qualidade de Estado de Moral Cristã.
E, muito importante, Portugal era um País
pleno de dignidade, com uma política e uma administração dignas, e com dirigentes e populações igualmente dignas, em termos
internos e na sua projecção externa. Tal dignidade era conhecida e reconhecida pela Civilização, como o mostravam os termos
das relações internacionais em que o País e os portugueses tinham e mantinham. Como casos pontuais, podem citar-se a integração
e permanência de Portugal: na OTAN, a partir de 1949, data da sua fundação; na AIEA, a partir de 1957, data do início do seu
funcionamento; e na EFTA, a partir de 1959.
Kaúlza de Arriaga
“(...) esta doação faço, não por mando, ou persuasão de alguém,
(...) e porque em a vossa Irmandade [Ordem do Templo] e em todas as vossas obras sou Irmão (...) Eu o Infante D. Afonso com
minha própria mão roboro esta carta.”
Excerto da carta de doação de Soure por D.
Afonso Henriques aos Templários, 1129.
Este aturado e rigoroso trabalho de investigação de Paulo Alexandre
Loução vem tornar inteligível uma das maiores (senão a maior) lacunas da historiografia portuguesa: a influência indiscutível
dos templários na formação espiritual e territorial do nosso País. Numa linguagem profunda mas acessível (o que torna a
leitura apaixonante) este ‘octógono temático’ tem a virtualidade de harmonizar o rigor histórico com a tradição
esotérica, condição necessária para entrarmos no universo‘mágico’ daqueles misteriosos Cavaleiros do GRAAL.
As nossas mais antigas raízes
Panoias era a região hoje denominada de Vila Real. O Povoamento do local tem origens que remontam ao Neolítico;
Com a Romanização, Panoias continuou a ser local de culto;
"...Os vestígios arqueológicos são
muitos e no caso dos rochedos sagrados de Constantim de Panoias chegam a ser impressionantes. É um dos mais surpreendentes
testemunhos do nosso passado pré-histórico..."
- Prof. JOSÉ HERMANO SARAIVA in
Guia Expresso das Cidades e Vilas Históricas de Portugal. –
O Santuário de Panóias (monumento durante
muitos anos designado por Fragas de Panóias) foi construído entre os finais do século II e os inícios do século III d. C.
É constituído por um recinto onde se encontram três (entre outras) grandes fragas nas quais foram talhadas várias cavidades,
de diversos tamanhos, bem como escadas de acesso. Numa das rochas foram também gravadas inscrições. Esta rocha, que denominamos
de n.º 1, situada na entrada do recinto, possui as inscrições conhecidas, e que chegaram até nós, embora uma delas, ainda
conhecida no século passado, tenha sido entretanto destruída.
VILA REAL
"Um reino Maravilhoso"!...
"Vê-se primeiro um mar de pedra.
Vagas e vagas sideradas, hirtas e hostis, contidas na sua força desmedida pela palavra rija de um Deus de terra. Tudo parado
e mudo.
Apenas se move, se faz ouvir o coração
no peito, irrequieto, a anunciar o começo de uma grande hora. De repente, rasga o silêncio da penedia uma voz assim:
-Para cá do Marão mandam os que
cá estão!...
Sente-se um calafrio. A vista alarga-se
de ânsia e de assombro. Que penedo falou? Que magia se apoderou de nós?
Mas ainda os olhos interrogam as
fragas, e já a voz terrosa ordena:
-Entre!
A gente entra, e já está no REINO
MARAVILHOSO!"
- MIGUEL TORGA, ed. A., Coimbra, 1950.
–
Em 1289, D. Dinis concedeu-lhe foral e fundou a povoação;
"...Jardins magníficos e tesouros
do passado são alguns dos atractivos do solar mais famoso do mundo!... Você vai ficar encantado com a Casa de Mateus. Há várias
gerações que os seus orgulhosos proprietários se dedicam a preservar a sua mágica beleza".
- MARION KAPLAN in "A Magia
da Casa de Mateus", Selecções do Readers Digest -
Vila Real é a capital da província
de Trás-os-Montes e uma cidade com vários séculos de história. Segundo se julga, terá sido habitada no Paleolítico. Depois,
por ela passaram os celtiberos, os romanos, os bárbaros e os muçulmanos, sendo da época dos romanos o Santuário rupestre de
Panóias. A região, pouco povoada, foi alvo de uma política de povoamento no século XII. No século XIII, D. Dinis fundou a
"Pobra" de Vila Real de Panóias, que deu origem à cidade de hoje. Uma cidade onde se cruzam igrejas e conventos de várias
épocas e estilos. Por ali passou o famoso arquitecto Nicolau Nasoni, deixando a sua obra visível na fachada da Igreja dos
Clérigos e no solar que é um dos mais belos exemplos de arquitectura barroca em Portugal - a Casa de Mateus. Além deste solar,
podem-se encontrar muitos outros nesta cidade que já chegou a ser conhecida como "A Corte de Trás-os-Montes". Depois de
descobrir as potencialidades de uma cidade que é capital de uma das mais importantes províncias vinícolas do país, não é preciso
andar muito em torno de Vila Real para descobrir a simplicidade de uma pequena aldeia chamada Vilarinho da Samardã, onde Camilo
Castelo Branco passou os primeiros e únicos felizes anos da sua vida. Depois, uma visita a Bisalhães e Vilar de Nantes remete-nos
para a simplicidade do barro preto e das mãos que lhe sabem dar diferentes formas. São já as mulheres de Agarez que aplicam
as suas capacidades no trabalho manual do linho.
Nas margens do Rio Corgo, um dos afluentes
do Douro, a cidade de Vila Real ergue-se a cerca de 450 metros de altitude, numa região que revela
indícios de ter sido habitada desde o Paleolítico. Vestígios de povoamentos posteriores, como o Santuário Rupestre de Panóias,
denunciam com segurança a presença dos romanos na região, mas os tempos que se seguiram, durante as invasões bárbaras e sobretudo
muçulmanas, impuseram um despovoamento gradual que só terminou com a aproximação do séc. XII, com a outorga em 1096 do foral
de Constantim de Panóias, pelo Conde D. Henrique. Em 1289, por foral de D. Dinis (o primeiro dado por este monarca a Vila
Real) é fundada a pobra de Vila Real de Panóias, que viria a transformar-se na cidade de hoje.
Concelho de Alijó
A vila de Alijó, situada a cerca de
45 quilómetros da capital do Distrito - Vila Real - localiza-se numa vasta área de cultura
castreja. Sofreu, como tantas outras localidades do actual concelho, as vicissitudes resultantes da romanização e da ocupação
mourisca.
Implantada num eixo que terá servido
de fronteira em permanentes mutações, dividia cristãos e árabes. Foi por estes destruída e posteriormente abandonada.
Só a partir do primeiro quartel do
século XII é que graças aos sucessivos forais outorgados por D. Sancho II, (1226), D. Afonso III (1269) e, mais tarde, por
D. Manuel I , já no século XVI (em Julho de 1514), recomeçou o seu povoamento.
Serviu de motivação para os que demandaram
este concelho, além das regalias concedidas, o seu clima e solos extraordinariamente ricos, particularmente para a produção
de vinho generoso, acreditado "embaixador português" em todo o Mundo.
No entanto, só a partir dos séculos
XII e XIII é que se assistiu a uma ocupação ordenada, tendo sido atraídos vários representantes da nobreza e da alta burguesia.
Foi o caso do marquês de Távora - primeiro donatário de Alijó e seus termos, bens incorporados na Coroa após a execução dos
Távoras, em pleno consulado pombalino.
Pelo Concelho de Alijó, existem dispersas
várias manifestações do seu povoamento antigo, desde castros a pinturas rupestres e a vestígios de estradas romanas. A própria
hagio-toponímia evidencia que do século VII ao século XIII se manteve na área do concelho uma população laboriosa, a qual
conseguiu sobreviver às investidas quer dos mouros quer dos cristãos das Astúrias.
Alijó, cuja etimologia teria origem
na existência da história Legio Spetima Gemina, outras teses nos indicam que o topónimo advém da palavra Ligioo, mais tarde
Lijó, que pretenderia significar a natureza pedregosa do local naquela época, tem a sua monumentalidade representada pelo
pelourinho, algumas casas solarengas e a igreja com o seu conjunto de alfaias, objectos de culto e várias imagens de relativo
valor.
O conjunto de arquitectura religiosa
nesta vila, completa-se com as capelas do Senhor do Andor ou dos Passos; a capela de Nossa Senhora dos Prazeres, no monte
da Cunha, a de Santo António, no monte do Vilarelho; A arquitectura civil, com excepção do pelourinho, está praticamente
circunscrita à existência do edifício da Câmara Municipal - Paços do Concelho - parte do qual construído no século XVIII e
outra parte no século XIX. O brasão que coroa este edifício encontra-se picado, feito levado a cabo pelos soldados franceses
na Guerra Peninsular e no qual, em vez das armas do concelho, mandaram pintar as águias napoleónicas, então ainda triunfantes.
Próximo do monumental Plátano oriental,
considerado M.N., mandado plantar pelo visconde da Ribeira de Alijó, em 1856, fica a antiga Casa dos Távoras; porém, o mais
importante solar que existiu nesta vila, foi sem dúvida, o Solar dos Viscondes de Alijó, no qual se encontra instalado grande
parte do comércio local.
Alijó é sede de um concelho essencialmente
agrícola que se estende desde a margem direita do rio Douro até aos limites do Concelho de Murça e , ainda, entre os rios
Tinhela, Tua e Pinhão, que lhe conferem uma área aproximada de 300 km2 envolvendo 49 povoações, em 19 freguesias e quase 20.000
habitantes.
São as suas gentes, na sua maioria,
rurais que contribuem para o desenvolvimento e riqueza do concelho, aplicando-se na dureza do trabalho do campo; A norte,
a zona de planalto granítico e a sul o terreno xistoso, inclinado para o Douro, onde predomina a cultura da vinha e onde se
produz o Vinho do Porto.
Terra rica em manifestações etnográficas,
a sua gastronomia possui um sabor requintado e poderoso, onde reinam o cabrito assado, o cozido à portuguesa, as tripas à
transmontana, as carnes fumadas, a célebre bola de carne, e os milhos (da zona da montanha). É de salientar também o famoso
pão de Favaios muito apreciado e procurado por toda a região. Na doçaria, o destaque vai para as célebres cavacas e amêndoas
cobertas de Santa Eugénia, quinzinhos, pudim de amêndoa, pão-de-ló de água, bolo borrachão e muitos outros de reminiscência
conventual.
No campo do turismo, Alijó tem imensas
propostas a oferecer aos visitantes, como o turismo fluvial no rio Douro; o turismo ecológico na foz do Tua, local privilegiado
para a pesca desportiva, e uma riqueza imensa de miradouros e paisagens.
Tendo Alijó tradições antiquíssimas
no que respeita às feiras, festas e romarias, são estas também uma importante atracção turística.
Por tudo isto e pelas suas características
de uma tranquilidade e hospitalidade únicas, Alijó constitui sem dúvida, um dos locais mais aprazíveis para passar umas férias
de sonho, na quietude de um cenário quase paradisíaco.
Texto integral, retirado do site da
Câmara Municipal de Alijó.
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Fonte
MERGULHO – DE BAIXO
– E OU ROMANA
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José Nogueira dos Reis
Vista
da Capela de Santa Bárbara |
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"Visite
Santa Eugénia" |
Rua da Barreira, n.º12 - 5070/411 Santa Eugénia
História de Santa Eugénia
Falar de Santa Eugénia
Bate por Ti
Falar de Santa Eugénia, é deixarmo-nos envolver
por um certo transe, deslizando a tinta ao sabor daquilo que nos ocorre no pensamento, é sentirmo-nos num espaço tão ínfimo,
mas tão grande, tão nobre, que todas as palavras que se possam utilizar, é apenas um pouco daquilo que sentimos desta maravilhosa
terra.
Freguesia com profundas raízes históricas, materializadas
no belíssimo património cultural e na memória colectiva das suas gentes.
São múltiplas as potencialidade turísticas: a beleza
natural das suas serras, as aprazíveis paisagens, o rio «Tinhela», a gastronomia e o património arqueológico, construído,
etnográfico e artístico, constituem a identidade natural e cultural desta belíssima aldeia.
Orgulhamo-nos pois de expor e tornar acessível
a todos, através desta nova forma de comunicar, os traços gerais que caracterizam esta terra «Transmontana». Quem nos visita
pela primeira vez, dificilmente escapa ao desejo de visitar novamente este lugar deslumbrante.
Autor
José Nogueira dos Reis
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Tempos longínquos
Foi por volta do século III a.C. que o
fenómeno da romanização se fez sentir no ocidente peninsular, atraídos pelas riquezas naturais. O actual território
nacional foi ocupado depois de sangrentas lutas travadas com os povos indígenas (tribos celtas pertencentes à grande
família dos lusitanos).
A permanência
romana não foi inócua nem desguarnecida de sentido de oportunidade. Assim, por questões militares (defesa) e económicas, organizavam
política e administrativamente todo o espaço físico conquistado e sob o seu domínio, por forma a haver um melhor controlo
do território ocupado. Contudo a consolidação das políticas colonizadoras passavam também pela estratégia de criação de infra-estruturas
que assegurassem toda a operacionalidade de circulação de mercadorias, pessoas, exércitos, ideias, etc..
A sua presença deixou, embora
de modo desigual, marcas materiais bem visíveis em todo o país . É neste campo que a freguesia de Santa Eugénia mostra vestígios
de uma ocupação peculiar .
Autor :
José Nogueira dos Reis
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.Património Arqueológico
Santa Eugénia, conserva um vasto conjunto de monumentos
e sítios arqueológicos autênticos
que preservam e perpetuam a memória ancestral de
outras ocupações humanas com estádios
de desenvolvimento cultural, social, económico
e religiosos muito próprios dessas civilização
em épocas distintas, em que o legado cultural por
elas deixado, que o tempo e a modernidade
não conseguiu apagar, faz a história da freguesia
nos tempos mais longínquos, desde a Pré-história
à Idade Média. |
.A Origem da
Povoação
A ocupação humana do território onde hoje é o lugar de Santa Eugénia, remonta aos tempos
da mais longínqua pré-história, conforme o mostram inúmeros achados arqueológicos nas redondezas, que nos dão o testemunho
de indústrias líticas (paleolíticas e neolíticas) implantadas na região.
Um dos centros arqueológicos da Freguesia, onde existem : uma fonte Romana,«Fonte de Mergulho»,
a «Laje do Concelho», a «Igreja matriz», um «Cruzeiro», um «Chafariz» e
«Casas Brasonadas», é o centro da aldeia. |
Achados Arqueológicos
Várias são as moedas romanas achadas em diversos locais das redondezas pertencentes actualmente
ao concelho Alijó, encontraram-se algumas com legendas tais como "NERVS CLAVDIVS AVGVSTVS" ou ainda "VESPASIANVS AVGVSTVS",
ambas referências a nomes de imperadores romanos do séc. I.
Outro centro arqueológico são as Grutas Rupestres, na freguesia de Carlão, limítrofe de Santa
Eugénia.
Aqui segundo se conta uma pintura Rupestre foi destruída aquando da busca
de Volfrâmio (contou-mo variadíssimas vezes, Francisco Henrique, Francisco Henrique Novo e Artur Coelho dos Reis. Prova-o
também o seu culto de origem sueva. Da época Romana existe, em pleno estado de conservação, uma «Fonte de Mergulho», aqui
denominada «Fonte de Baixo». |
Santa
Eugénia, situa-se a cerca de 15km. de uma das saídas da I.P.4-Pópulo.
Tem
a área Aproximada de: 779 ha (7.79km2)
As
Freguesias limítrofes são: A Norte - Pegarinhos; A Sul - Carlão; A Este - Candedo (esta do concelho de Murça); A Oeste - Casas
da Serra (lugar da freguesia de Carlão)
Do total da Área referida, aproximadamente 480
ha, são de monocultura intensiva, a saber:
Vinha, cuja produção se destina ao fabrico de "Vinho do Porto" e, o não beneficiado a "Vinho
de Mesa".
Estão também preenchidos com olival tradicional, aproximadamente 100 ha. |
Orago:
Santa Eugénia
Topónimo:
Eugénia, de origem grega, significa Bem Vinda, Bem Aparecida, de Boa Linhagem.
Marca de tempos remotos, estão, bem patentes, na «Laje do Concelho»
Laje do Concelho
Concelho - substantivo masculino.
Significa : Circunscrição administrativa;
Subdivisão de Distrito;
Município.
Latim – conciliu.
Significa – Assembleia.
É precisamente da acepção Latina, que esta «Laje do Concelho», herdou o nome. Era o local onde os «vizinhos»
(antigo nome dado aos habitantes bons), se reuniam em assembleia, quer para eleger os seus dignos representantes junto de
entidades hierarquicamente superiores (exemplo: Nos órgãos concelhios), quer para resolver problemas respeitantes a si próprios
e/ou à localidade. Servia também de «Tribunal Moral», isto é:
Ali eram publicamente denunciados os maus actos e seus praticantes. O malfeitor, ou se emendava, ou era
simplesmente arredado do mais simples convívio com os vizinhos.
Por sorte do destino, tinha esta «LAjE do Concelho» uma outra função. Era precisamente o local de marcação
limite, da altitude máxima permitida pelo Marquês de Pombal, para autorização de «benefício».
Esta mesma «Laje do Concelho», situa-se precisamente num dos extremos - início - da rua Marquês
de Pombal. Coincidência ou propósito desta estranha relação, entre a «LAjE do Concelho»(um pouco abaixo dos 500 metros de altitude) e a rua «Marquês» de Pombal (autor da marcação
da mais antiga região demarcada), com toda a modéstia, não o sei. Acho apenas uma coincidência demasiado coincidente.
Vou, para um melhor entendimento deste sítio, fazer uma retrospectiva histórica, de uma forma sucinta;
Pelouro – D.João I, por carta Régia de 13 de Junho de 1391, descreve as grandes tropelias que as
eleições para os concelhos provocavam “Grandes Sayoarias e rogos”, através das quais só se criavam grandes ódios
entre os «vizinhos».
Na dita carta Régia determinava-se o 1º recenseamento eleitoral que Portugal teve. Nele se mandava que
os oficiais do governo fizessem «róis». (...) o nome era escrito num papel separado e metido numa bola de cera, chamada pelouro
– daí o nome dos actuais pelouros das vereações – eram estes, por sua vez, metidos numas caixas a que hoje damos
o nome de urnas e então se chamavam «capelos».
Mas as queixas de fraudes eleitorais continuaram, pois, tem-se conhecimento de que esse problema foi
posto também nas cortes de Évora de 1451.Outras dificuldades atravessou o processo de eleição dos «edis», e não menor foi
a de em certos concelhos haver tantos indivíduos com privilégios religiosos ou dados pelo rei, que por eles se esquivavam
os cargos para que eram eleitos. Estou absolutamente convencido, de que estas fraudes e problemas, sempre se mantiveram, mas,
também, a necessidade dos «vizinhos» de beneficiar de um executivo local, que compreende os problemas da terra e dos homens
do respectivo concelho.
Então, os caciques, ontem como hoje, procuram eternizar-se no poder. Uma das formas mais antigas de o
fazer, era e é, amedrontar os mais necessitados. Para tal, é absolutamente necessário, exercer algum modo de pressão e/ou
controle. A fórmula aqui encontrada (e não só aqui), era dar-lhe uma aparência «séria», fazendo eleições para escolha «livre?»,
pelo menos na aparência, mas de dedo no ar!!!. Porque assim, as pessoas de condição social inferior, com medo de represálias
futuras, elegiam quem os mais privilegiados queriam. Essas eleições, eram realizadas na LAJE DO CONCELHO. |
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Celebridades
Figuras Ilustres, pré-25/4/1974:
José Cunha Cardoso
Manuel José Guerra Santos Melo
Responsável por: Luz eléctrica; Água Pública; Casa do Povo; Reparação da Capela de Santa Barbara, Igreja
Matriz, Cemitério, Escolas. Para além da água ser explorada numa sua propriedade, ainda hoje, quando existe escassez de água,
a sua família põe uma torneira de água a correr para toda a povoação.
Professor Doutor Ernesto Morais
Natural de Pegarinhos, abraçou a Freguesia de Santa Eugénia por matrimónio e adopção. Era em Santa Eugénia que passava as suas férias e, onde passeava
as suas «quintas».
Director do Hospital de São João – Porto - , Professor Universitário, grande Investigador e enorme
Cientista.
Ajudou muitos concidadãos – de Santa Eugénia e de Pegarinhos - , visitando-os, a terem tratamento
de Excelência no Hospital onde Sua Senhoria o Senhor Professor Doutor era Director.
Bem haja e que Deus lhe escancare – abra – as portas do paraíso.
Pós 25/4/1974:
Doutor António Alves Martinho
Deputado na Assembleia da República, em dois mandatos consecutivos. Grande defensor do «Douro» e principalmente
dos durienses. Conhecedor das dificuldades destas terras, nunca se escusou a esforços, quer na defesa da melhoria das condições
socio-económicas, quer na defesa dos seus mais elementares direitos. Enquanto deputado na Assembleia da República, fez várias
visitas de trabalho à Casa do Douro, bateu-se galhardamente pela sua recuperação económica e pela recuperação da linha de
orientação da sua origem, que era a defesa intransigente dos lavradores do douro, seus associados. Foi sempre defensor de
uma forte representatividade dos pequenos e médios produtores do douro, nas instituições oficiais, e/ou representantes da
«região». Na continuidade desta orientação de defesa, que sua Ex.ª, o senhor Doutor Martinho perfilhou, fez parte da Direcção
da Adega Cooperativa de Alijó.
Uma das suas paixões - ou não fosse ele uma figura de elevadíssima vontade de igualdade de oportunidades,
melhoria do factor social, acesso de todos à educação e à saúde - era o associativismo, como forma aglutinadora do reunir
das gentes, do reflectir, do ensinar, do aprender, do divertimento sadio, do desenvolvimento harmonioso da pessoa humana e
da maturidade democrática adquirida na mais pura convivência. Assim sendo, pode dizer-se sem receio de qualquer espécie de
inverdade, que a ele se deve, a sede do «Grupo Desportivo Cultural e Recreativo de Santa Eugénia. Obra que orgulha todos os
concidadãos desta terra, da qual ele foi co-fundador e Presidente vários anos . Foi Presidente e sócio-fundador da Associação
dos Amigos do Museu do Douro e é o actual Governador Civil do Distrito de Vila Real.
Professor Manuel Adérito Figueira
Vice-Presidente e Vereador do Pelouro de Obras na Câmara Municipal de Alijó. Dotado de uma capacidade
de trabalho em prol do bem público, fora do comum, defensor da cultura popular, suas tradições e festas, respeitador dos seus
mitos e ritos, a ele se deve, entre muitas outras coisas, a continuidade da «NOSSA FESTA». Foi também Presidente da Assembleia-geral
do Grupo Desportivo.
Sem prejuízo das outras terras, tem contribuído enquanto Vereador do Pelouro das Obras da C.M. de Alijó,
para o desenvolvimento do património edificado e do bem-estar dos habitantes desta freguesia. A ele se deve – em grande
parte – a continuidade da existência do Centro Social. | |
O AUTOR DESTE SITE
José Nogueira dos Reis
Homem de elevada filantropia, contribuiu fortemente para o desenvolvimento cultural das gentes
desta freguesia – desde os jovens, aos adultos – homem de um só carácter, de um só ser, fosse qual fosse a fase
da vida por que estivesse a passar. Foi fundador e Co – fundador de todas as associações culturais, de solidariedade,
associativas, desportivas e/ou recreativas. Refundou o teatro, deu educação a adultos, foi promotor cultural, fundador (nesta
freguesia) do partido socialista, tendo contudo, sempre presente o desenvolvimento, independência e afirmação destas gentes.
Homem de uma simplicidade fora do comum, aparecia e desaparecia, quase sem se dar por ele!!. Pessoa sempre pronta a compartilhar
o seu conhecimento, nunca se esquivou a dar uma boa e útil informação, a procurar ele próprio informar-se para informar. Fruto
do seu avanço, quer para a época, quer em relação aos seus conterrâneos, trilhou caminhos amargos, que só a ele prejudicaram,
mas, que lhe serviram de ensinamento para segurar a queda de outros. Julgo mesmo, que o seu maior inimigo, foi o seu avanço.
Para se saber um pouco mais de este «SENHOR», VISITEM-SE OS SEUS SITES:
http://zereis.tripod.com/ ; http://nogueirareis.tripod.com/alijo/
(Aqui encontrarão hiperligações
para outros)
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